Na cultura brasileira (algumas outras também) o papel de pai está sempre associado ao 2° plano.
O Dia dos Pais, comercialmente, não vende tanto quanto o Dia das Mães (Por quê?).
Eu cresci em uma geração em que o pai era o provedor financeiro da casa e a mãe a provedora de cuidado, carinho e educação dos filhos.
Algumas coisas mudaram de lá para cá, mas não tudo, ouço amigos com minha idade dizendo: “ter filhos não é fácil, ‘ainda mais para mulher'”. E entendo o que isso significa.
Eles não falam apenas das mudanças no corpo da mulher durante a gravidez e nem da amamentação (tarefas exclusivas), eles falam de cuidado e educação!
Tenho uma visão otimista sobre o assunto, acho que estamos evoluindo, mas sinto que a passos muito lentos, vejo homens ao meu redor que são referência no tema paternidade, raros e motivo de elogio nas rodas de conversa!
Meu pai, apesar de provedor financeiro também nos proveu com carinho, do seu jeito. Quando viajava para trabalhar, dizer que voltaria logo era sua forma de dizer “amo você minha filha”. Quando dizia “você tem que estudar, porque eu não quero que você tenha uma vida dura como a minha”, ele me dizia “eu me preocupo com você, menina”. E quando na sua bênção diz “Deus te dê felicidade”, ele está, na verdade, dizendo “Quero sempre o melhor para você”.
Hoje as palavras vêm de forma mais fácil para ele, seus lindos cabelos brancos me fazem recordar de sua longa jornada na vida (sempre tão dura).
Não me faltou amor, mas muitos filhos não sabem o que é o amor de um pai.
Hoje convido todos os pais a deixarem para trás a frase “ter filhos não é fácil, ‘ainda mais para mulher'”. Ter filhos não é fácil, mas pode ser melhor se o peso é igual para ambos. Convido vocês pais a serem “pai que é mãe” (com toda a força, até controversa, que essa frase carrega).
Meu pai não sabe nada de internet e não lerá este texto. Ele é tão feliz em sua simplicidade que meu desejo é encarar a vida como ele.