Sobre tudo no lugar

Naquela madrugada, a manhã se levantou antes do corpo.

Naquela manhã tudo parecia estranhamente fora do lugar.

Ao meio dia a alma se assentou.

E de tarde já nem lembrou que na manhã tudo parecia tão desnorteado.

E enfim, naquele fim de tarde tudo estava incrivelmente no lugar.

O cachorro dormia em suaves suspiros na sua cama macia.

O gato piscava delicadamente suas pestanas ao observar o movimento do nada.

As flores floriam no quintal.

As folhas dançavam seu tango.

As formigas carregavam sua sina de serem trabalhadoras.

E a menina que gostava da água batia palminhas para o vento.

E o coração não usou a palavra batida, porque bater era demasiadamente agitado.

Ele simplesmente sussurrou: está tudo em seu devido lugar! 

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